quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Bota-fora


Meu pai promoveu um "bota-fora" depois que minha mãe se foi. Primeiro foram as roupas (separamos as que estavam em bom estado para doar) e neste final de semana as louças que ele chama de vidros. Foram caixas e caixas retiradas de um sótão, cheias de louças. Ele quiz que ela nos desse ou usasse essas louças, mas ela teimou em manter tudo guardado. Abrindo as caixas, nós três encontramos algumas peças ainda do enxoval e outras que foram presente de casamento. Quarenta e seis anos e lá vai! Fiquei encantada... tanto com as peças, quanto com as lembranças que me vieram a cabeça olhando aquilo tudo. Louças antigas, coisas que não encontramos mais nas lojas, a não ser em antiquários. Também tinha peças que ela herdou de minha avó, então esses quarenta e seis anos vão não sei nem pra onde. Claro que escolhí muitas peças pra mim, não somente por ser encantada por objetos e móveis antigos mas porque cada vez que eu ficava com algo, via um brilho nos olhos de meu pai, uma tristezinha misturada com a esperança de que todos aqueles objetos iriam ser utilizados por alguém da família. Acabei voltando pra casa com quatro caixas e meu marido perguntando onde eu iria colocar aquilo tudo...

Resolvi colocar mais uma prateleira na cozinha e deixar as mais bonitas expostas. Vou usar todas, não vou deixar nada guardado. Não vou ficar esperando um dia para usar, um dia especial, todo dia vai ter louça bonita nas refeições. Vou colocar tudo no presente porque o futuro ainda estou construindo.
(A foto não lembro mais de onde peguei mas o Expositor de louças é de Vicente Rezende)

6 comentários:

Wal disse...

Oi Rita, eu também tenho um pouquinho dessa mania de guardar, mas só até estar totalmente pago rsrsrs.
Quanto aos presentes que não fazem o meu estilo, eu guardo até encontrar uma pessoa adequada.
Você está certíssíma, tem que usar.Obrigada pela visita mesmo. Abraços da Wal

Geovana disse...

Oi Rita. Imagino esse momento que você passou porque a presença de sua mãe estava em todas as coisas. Use as louças com sua família e conserve algumas coisas para que elas possam ter boas lembranças. Quem sabe ela mostrará a louça à filha, dizendo: Essa louça minha mãe me deu de presente e já tem 04 gerações na família, em breve será sua. Acho isso muito legal.
Beijo.

Aninha disse...

Minha Lindinha!
*. * . * . * ... * . * .
Vc está certa em usar tudo !!!
Gosto de saber q vc estar bem, se recuperando, feliz cheia de esperança...
Olha a Izabel vai marcar um encontro para abril, quero te abraçar, não fuja!!!
Beijinhos no coração.
Aninha.

Sonhos de Crochê disse...

Olá Rita
Acho que todos temos essa mania de guardar coisas.O bom é que vc pode usar e lembrar-se da sua mãe,como se ela estivesse ali com vc.
Passe no meu blog e pegue seu premio.
Saudades
Mary Nilva

. disse...

Li o seu comentário e lembrei de minha mãe.
Ela guardou o enxoval que fez,todo bordado por ela,esperando que um dia meu pai voltasse para a cidade dela(Campinas),mas papai todo ano,falava a mesma coisa:o ano que vem nós mudaremos...esse dia nunca chegou,ele faleceu em 1989 e mamãe mudou-se para a cidade que moram meus irmãos Avaré.
E o enxoval ficou intacto...ela tb faleceu em 2002 e hoje nós seus filhos que estamos usando todas as peças lindas que ela nunca usou.
Coisas da vida...
Bjs

Cristiane A. Fetter disse...

É isso aí Rita, a melhor forma de lembrar e usar as coisas que foram compradas e utilizadas por essa pessoa tão especial.
Eu não conheci meus sogros, mas há algum tempo atrás eu ganhei da minha cunhada um jogo completo de louça que pertenceu a mãe de meu marido.
Cada vez que usamos, uma história especial vem a baila.
É uma forma de deixar viva esta lembrança.